É a idade que realmente pesa?

Por Shakabira

 

 



Rivaldo,eleito melhor jogador do mundo em 1999 e campeão mundial com a Seleção Brasileira em 2002,marca gol em sua estréia pelo São Paulo nesta quinta (03/02/11),aos 38 anos de idade,e mostrou um preparo físico invejável. Ronaldo,34 anos,companheiro de Rivaldo na conquista do Penta e três vezes eleito como melhor do mundo,sofre com lesões e o peso ainda acima da média, vive momento conturbado no Cortinthians.

Quando Ronaldo desembarcou no Parque São Jorge no fim de 2008,talvez não imaginasse na evolução que viria a causar no futebol brasileiro. Um dos maiores goleadores da história do futebol,campeão mundial e ícone em qualquer parte do globo terrestre,regressando ao Brasil para jogar no Corinthians,2º clube mas popular do país,parecia mais um conto;era algo difícil de se acreditar. A expectativa era enorme,principalmente por parte dos Fiéis torcedores alvi-negros. Ronaldo lutava contra a balança e com as dores que sempre lhe atormentaram,mas ainda assim em 2009 conseguiu surpreender;mesmo diante de tais problemas fez algumas boas atuações e marcou belos gols,que ajudaram o Corinthians a faturar o Paulistão e a Copa do Brasil daquele ano. Mas em 2010,as lesões e a balança  foram mais fortes que o camisa 9 e teve uma penosa queda de desempenho ao decorrer da temporada. Ronaldo quase não jogou ano passado. As noitadas,que também permearam constantemente a vida do craque,contribuíram para seu desgaste e a dificuldade nas recuperações e perca de peso. O corinthiano já não poderia contar com Ronaldo. Mas sua passagem conseguiu realizar um fenômeno no futebol nacional: a repatriação de grandes craques.

Um deles é Roberto Carlos,outro pentacampeão que desembarcou no São Jorge,demonstrou bom futebol e um preparo físico vigoroso,sendo cotado por muitos como possível membo da equipe que foi a África do Sul no ano passado. Não só o torcedor alvi-negro,mas o brasileiro passava a acreditar em Roberto Carlos novamente. Entretanto,o lateral também sofreu uma queda de desempenho no final da temporada passada e não vem mostrando o futebol que o consagrou como um ídolo.

Em contra-partida,temos Rivaldo. Longe do mainstream do futebol há alguns anos,o meia-atacante,dono de grande futebol e um dos líderes do pentacampeonato,deixou o Barcelona de forma conturbada e passou por Grécia e Usbeuistão antes de regressar ao Mogi-Mirim,clube que o revelou,onde exercera temporariamente as funções de presidente e jogador do clube (não chegou a atuar). Uma súbita e inusitada negociação com o São Paulo resultou na reestréia do veterano craque por um grande clube do país e,logo em seu primeiro jogo,marcou um belo gol e atuou os 90 minutos. Rivaldo demonstoru um excelente condicionamento físico para um atleta de 38 anos.

Diante deste quadro,me pergunto se é realmente a idade que pesa. Se assim fosse,Ronaldo,que é mais novo que Roberto Carlos,deveria esbanjar um físico melhor e mais saudável que ambos. Por sua vez,Roberto deveria ser mais resistente que Rivaldo. mas isto realmente não significa grande coisa. A questão vai além. Existe todo um cuidado que deve ser tomado ao longo da carreira e,ainda acima disso,o principal: a vontade de jogar.

Os dois jogos que resultaram na derrota para o Tolima e consequente eliminação da Libertadores para o Corinthians demonstraram que,além de mal organizado técnicamente,o time não pode mais esperar o milagre do grande futebol que os craques Ronaldo e Roberto Carlos deveriam apresentar. Não porque a idade lhes pesa,mas por um fato maior. Um fato capaz de superar certas lesões ou indisposições,que levaria um jogador a abrir mão de farras e exarcebações,de fazer sacrifícios por um algo maior: a paixão por jogar futebol. Talvez Ronaldo e Roberto tenham perdido de certa forma essa paixão;a paixão pela forma simples e pela essência do esporte,de faze-lo como meio de vida mas que não deixa de ser uma diversão. talvez seja isso que faz de Rivaldo,beirando os 40,um jogador tão bom quanto há dez anos atrás.

Talvez seja esse o ponto. Seja esse o momento de parar. Ronaldo e Roberto já fizeram muito pelo Brasil e seu legado é inegável. Mas quando a paixão por aquilo que se faz acaba,é melhor que se termine de forma amigável e ainda honrosa.