Não é a toa que tanto se ouviu e ouve falar de Watchmen como uma das maiores obras literárias da história, não só das HQs, mas a literatura em geral. Também não é a toa que o nome de Alan Moore, seja tão aclamado, tal como um Deus das histórias em quadrinhos. Tudo se faz jus aqui.
Originalmente publicado em 1986, Watchmen não é uma simples historinha de super-heróis, ela vai muito, além disso. Moore aborda uma realidade aonde os super-heróis realmente existem, os chamados vigilantes. Tais vigilantes aturam durante um tempo, mas depois foram proibidos de exercer suas atividades justiceiras devido a uma lei, que vetava os heróis mascarados. Mesmo assim alguns continuaram na atividade, trabalhando sob a supervisão do governo e outros na ilegalidade, como é o caso de Rorschach.
A trama se inicia quando um desses vigilantes é assassinado, e com isso Rorschach vai até o local e começa a investigar do porque um antigo vigilante teria sido assassinado de maneira tão cruel, e logo vai juntando pistas e ele crê que alguém está matando os antigos vigilantes e que talvez tudo seja uma conspiração para algo ainda mais terrível.
Mas os temas abordados ali não são apenas dessa possível conspiração, mas sim do cotidiano e Moore os introduz ali na trama, assim criando um ambiente perfeito para quem está lendo. O leitor realmente sente o quanto o mundo de Watchmen é tenso, sujo, horrível, mas em momentos pode notar a felicidade beirando em algumas ocasiões. Temas daquela época que ainda estão em evidência nos dias de hoje, como violência, prostituição, drogas, crenças, assim nos mostrando que aquela realidade dos super-heróis do quadrinho não é tão distante assim da nossa, que ser um vigilante pode ser muito pior do que se pensam, talvez eles tenham mais problemas que nós, pois estes passam constantemente por problemas morais e éticos, conflito de convívio com outros mascarados e outros dilemas.
Os personagens em si são um show a parte, pois cada um deles tem as suas particularidades, cada qual com uma participação vital na trama, e talvez ao término da HQ fique difícil escolher apenas um personagem favorito. A história em si se desenvolve muito bem, além de que diversos personagens secundários, terciários também tem participação importante no desenrolar dos capítulos. Com uma abordagem mais madura, Watchmen arrebatou e ainda arrebata fãs pelo mundo, e assim como Sandman, foi uma das HQs responsáveis por trazer um novo tipo de público para esse meio, já que antes era taxado de leitura infanto-juvenil.Watchmen é uma das poucas obras primas que você pode apreciar por várias e várias vezes sem se queixar de uma mesmice, pois a cada leitura você acaba notando um detalhe que talvez houvesse passado despercebido na leitura anterior. Além do roteiro impecável do mestre Alan Moore, os desenhos de Dave Gibbons não ficam para trás. Obra prima, leitura mais que obrigatória, ainda contando com um final diferente do que estamos acostumados a ver, que nos faz pensar sobre um mundo ideal.







Nenhum comentário:
Postar um comentário